É ali, na rua sem pressa da Tijuca, que o tempo se espreguiça entre uma cadeira de madeira e outra.
É onde o garçom passa com a bandeja equilibrada, cerveja estupidamente gelada, bolinho de bacalhau e um fiado escrito na confiança.
O quadro de giz avisa o preço dos petiscos como quem confidencia segredos de família. Não importa se a carne de sol com aipim custa quarenta e dois ou cinquenta e cinco, o que vale mesmo é o gole de conversa que se derrama entre as mesas.
Eu gosto de sentar no canto, com o olhar atento: observando o sorriso tímido do casal que divide a porção de queijo prato; o senhor de boné que puxa papo com quem chega; a dona do caixa que faz as contas no caderninho azul. O chão de ladrilhos antigos que já viu passos de todo tipo, risadas, brigas, reconciliações. E cada garrafa vazia carrega uma história que se espalha pela calçada, dissolvendo o calor da tarde.
Amo parar nesses botecos, pedir um filezinho aperitivo, ouvir o tilintar dos copos. Guardar no peito o instante em que a Tijuca se revela, sem pose, sem filtro, só vida, cerveja e o cotidiano.
Tijuca, meu país! 🍺
Vivenciar o ambiente e sentir a ambiência é uma das coisas que mais curto também.